A Avenida Marginal da Moita foi no início deste mês fechada ao trânsito por três meses, devido às obras relativas ao programa Polis. Este facto transferiu, para ruas centrais da Moita, todo o tráfego -ligeiro e pesado- que diariamente atravessava essa avenida. Resultado: grandes problemas, quer ao nível do ruído (o barulho é ensurdecedor nas ruas atravessadas pelo tráfego) quer em termos da própria fluidez do trânsito, pois atravessar ruas completamente atravancadas de carros estacionados por tudo quanto é lado (não há estacionamento na Moita, lamento dizê-lo) e com curvas a 90 graus não é fácil para grandes autocarros. E depois há as questões relativas à segurança: devido à impossibilidade dos transportes públicos fazerem determinadas curvas, a câmara resolveu autorizar que estes circulem por ruas em sentido proibido, com automóveis a virem na direcção contrária descansados a ocuparem toda a estrada, por supostamente o trânsito nessas vias só ter um sentido. Isto com uma sinalização paupérrima e pouco esclarecedora!
É claro que, para que a obra se pudesse realizar, a Avenida teria que ser fechada ao trânsito. Mas isso não tinha que forçosamente significar tantas chatices e perigos para a população da Vila. Com efeito, relativamente ao barulho e grande afluxo de trânsito no centro da Moita, isso já deveria ter sido resolvido à muito tempo pela Câmara Municipal, nomeadamente através da criação de uma circular à Vila da Moita, que circulasse realmente toda a Vila, e que inclusivamente passasse por cima da Caldeira da Moita, ligando o Alto de S. Sebastião e a Fonte da Prata, e assim libertando todo o centro da Vila -marginal incluída-. Se esta obra tivesse sido feita atempadamente, o fecho da Marginal já não teria tido tantas consequências negativas. Esta circular e este atravessamento foi de resto já objecto de várias promessas por parte da Câmara Municipal, normalmente nas vésperas das eleições, mas como muitas outras promessas feitas nestas circunstâncias, têm sido logo esquecidas até às próximas eleições.
Relativamente à questão do atravessamento dos transportes públicos de vias em sentido contrário, seria importante que tivesse havido um maior investimento na sinalização e na informação, e dever-se-ia ter pintado nessas ruas faixas "Bus", que pelo menos indicasse às viaturas a circular em sentido normal que não deviam ocupar essas faixas.
Enfim. O resultado deste fecho revela uma incapacidade gritante de planeamento por parte da Câmara Municipal que é preocupante.